Um dos doramas mais comentados e enaltecidos pela classe dorameira em 2018 não poderia deixar de aparecer aqui no blog. Então vamos lá comentar sobre uma das tramas mais realistas do ano passado, repleta de verdades e lições sobre a vida, um verdadeiro pisão doramático.
Sinopse: Park Cha Oh Reum é uma juíza novata. Ela está em seus 20 anos e segue o principio ''olho por olho''. Ela não aceita preconceitos, nem segue autoridades cegamente. Lidando com casos, ela e seus colegas, incluindo Im Ba Reun, crescem como pessoas.
Gênero: Drama, Lei
Nº de Episódios: 16
Emissora: JTBC
Emissora: JTBC
Ano: 2018
Onde Encontrar: Kingdom Fansubs (download/online), Viki (online)
- Enredo: Uma juíza feminista que pretende mudar o poder judiciário coreano!
Miss Hammurabi acompanha a história da jovem Park Cha Oh Reum, uma mulher determinada com personalidade forte que ao se tornar juíza auxiliar começa a trabalhar para defender os fracos e oprimidos, e punir os criminosos de forma a proporcionar alterações que julga serem necessárias no poder judiciário. Porém, a vida de juiz não é exatamente como ela pensou, ao decorrer da trama, a juíza Park lida com diversos casos e percebe o que realmente significa ser um juiz, bem como, o peso da toga que carrega. Afinal, ela não está apenas assinando uma sentença no papel, está dando um veredicto para a vida de alguém. Durante todo este processo, Oh Reum precisa lidar também com as situações e pessoas do trabalho, inclusive o Juiz Principal chamado Han Se Sang e o seu companheiro de sala, o também juiz auxiliar Im Ba Reun. A dinâmica do drama consiste em apresentar diversos casos ao decorrer dos episódios, casos estes que serão julgados pelos juízes em questão e farão o telespectador refletir e ter uma nova visão sobre a situação das vítimas, réus e claro, a posição dos juízes. O ritmo se mantém excelente do início ao fim e ainda conta com desdobramentos que exploram o lado humano dos personagens, fazendo-os amadurecer a partir das experiências com os casos abordados e apresentando toda esta mudança de maneira natural e gradativa. Este foi um dos títulos mais realistas que já tive a oportunidade de conferir, Miss Hammurabi é uma história sobre o poder judiciário, suas falhas, acertos e verdades, e se não acreditam em mim podem perguntar à Sabrina do blog Dramas Revise pois ela pode afirmar com total crédito por ser da área de direito. Confiram a incrível resenha dela clicando aqui.
- Por que Miss Hammurabi é tão original e verdadeiro?
Mesmo lendo tantos comentários sobre o título, quem realmente me convenceu a vê-lo foi a minha amiga e dorameira Ana (obrigada, @adorameira! <3) após suas panfletagens que me despertaram total interesse. Em poucos episódios percebi o motivo dela e várias outras dorameiras se tornarem verdadeiras defensoras deste dorama, afinal ele era realmente um banho de realidade. Eu não sabia, mas a Sabrina do Dramas Revise me contou que a história foi escrita por um juiz, ou seja, ninguém melhor para falar sobre as problemáticas da profissão do que um profissional da área né?! A trama aborda de modo completamente realista temas como machismo, abuso de poder, corrupção, assédio sexual, violência doméstica, cultura de estupro, uso de drogas e muitos outros, temas estes presentes atualmente não apenas na sociedade coreana, mas em todas de modo geral. Através dos casos apresentados e personagens destes percebemos diversos tipos de dificuldades enfrentadas por pessoas comuns, pessoas que poderiam ser eu ou você, seres humanos com seus problemas, medos e angústias.
Claro que alguns casos me envolveram mais do que outros, porém mesmo os que não me marcaram tanto, ainda assim de alguma forma, eles mexeram com meu emocional. Falando detalhadamente gostaria de deixar meus apontamentos sobre algumas situações que realmente me marcaram. Uma delas foi a discussão tão significativa e crua sobre a forma como as mulheres são vistas nos locais de trabalho, como uma roupa não pode e nem deve ser motivo de um homem se achar no direito de cometer qualquer tipo de abuso seja ele verbal ou físico. O retrato tão real e doloroso que mostrou como os menos favorecidos perdem para os poderosos nas mais diversas situações. A corrupção que começa com pequenas ações e se torna costumeira, afinal quem tem poder se sente no direito de pedir privilégios.
Além de tudo isso, um dos pontos que mais me tocou foi o desenvolvimento sobre a profissão juiz. Mostrando que um juiz precisa ser contido, vigiar suas expressões faciais e o modo como se comporta durante um julgamento, ele deve respeitar as leis e tentar ao máximo ser racional e não emocional. Bem como, enfrenta dilemas que testam a paciência e capacidade de julgamento quando determinado caso é cruel da forma mais inimaginável possível. Nada é preto no branco. E os juízes da trama mostraram isso. Ser juiz é ter consciência do peso de sua decisão na vida do acusado, ampliar a visão e conhecer o caso de todos os ângulos possíveis pois o fato dele ser réu não o faz automaticamente merecedor da pior sentença. Miss Hammurabi apresenta inúmeras situações que despertam no telespectador um conflito interno e empatia pelo próximo, o faz se colocar no lugar de seus personagens, sejam eles pessoas envolvidas nos casos ou os protagonistas que estão os julgando. Assistir esse dorama me fez amadurecer junto com esse pessoal e ganhar verdadeiras lições para a vida.
- Personagens
Park Cha Oh Reum (Go Ah Ra): A prota feminista!
Park Cha Oh Reum era uma garota muito tímida que anos depois se torna uma juíza feminista, determinada e direta. Ela começa a trabalhar no tribunal como juiz auxiliar, aprendendo sobre como escrever sentenças, apurar os casos e julgar os acusados. Por ser tão emotiva e empática para com as vítimas Oh Reum está sempre causando confusão, ela não consegue manter sua personalidade sob controle e acaba perdendo as estribeiras, agindo de forma totalmente contrária a um juiz. Entretanto, suas ações são sempre baseadas em suas convicções e ideais, o que faz o telespectador admirar a coragem da prota em dar a cara à tapa. Ela não mede esforços para ajudar os fracos e oprimidos, por isso empenha-se por completo nos casos, mas aos poucos, Oh Reum começa a perceber que lidar com tais acontecimentos nas vidas de outras pessoas significa ter uma responsabilidade assustadora sobre elas.
A mulher que chegou com ideias tão fixadas na mente, aprendeu gradativamente a se conter, a enxergar mais do que os olhos poderiam ver, aprendeu que ser uma juíza trazia consigo o peso dos veredictos, os quais definiam vidas e tais decisões não deveriam ser tomadas de forma leviana. A personagem amadurece significativamente durante o drama, a partir de suas experiências aprendemos com ela que cada dia é uma aprendizagem e que tais lições devem ser guardadas em nós de forma a nos tornarem profissionais e pessoas melhores. Uma protagonista memorável que me fez admirá-la em muitos momentos, a qual enfrentou uma verdadeira jornada de amadurecimento pessoal e profissional, e acompanhar isto foi emocionante. E de todos os trabalhos da Go Ah Ra considero esta a personagem que lhe caiu como uma luva, ela estava perfeita como juíza Park. Se quiserem conferir a moça em outros títulos recomendo Hwarang - mas ela só chora nesse dorama - e Black - já aviso que o final te deixará indignado!.
Im Ba Reun (L - INFINITE): "Nem quero me envolver! Só faço o meu trabalho."
Ao contrário da emotiva juíza Park, o outro juiz auxiliar Im Ba Reun é um poço de frieza. Ele não envolve-se diretamente nos casos em questão, tampouco com os envolvidos, para ele aquilo é apenas seu trabalho e não se deve ver algo a mais nisso. À primeira vista, parece que o Ba Reun é muito frio e insensível já que não demonstra se comover com algumas vítimas dos casos de seu júri, porém aos poucos, descobre-se que o moço possui sim empatia, apenas aprendeu a camuflá-la.
Ba Reun começa a demonstrar o tipo de pessoa que é aos poucos, um jovem comum que escolheu ser juiz por seus próprios motivos e não aceita uma certa situação familiar. Ele não entende porque seu pai age tanto em prol dos outros mesmo quando isso o prejudica e uma surpresa da vida coloca justamente uma pessoa assim ao seu lado. O juiz Ba Reun foi outro que cresceu significativamente na trama, aprendendo a lidar com suas próprias emoções e permitindo-se demonstrá-las, afinal ser humano é isso, permitir-se sentir e mostrar o que quer que esteja sentindo. Amei a forma como o inicial chatinho centrado em trabalho, individualista e racional juiz aprendeu a permitir-se sentir empatia, companheirismo e até mesmo amor, deixando sua solidão escondida para trás. L foi perfeito atuando, gente!
Juiz Han Se Sang (Sung Dong Il): "Um juiz deve ser..."
O juiz Han Se Sang é uma das grandes figuras do enredo. Um homem com anooos de experiência profissional e que mesmo possuindo tanto para ensinar aos seus pupilos, tem também muito a aprender com eles. Se Sang atingira uma posição na qual já conhece os dilemas e angústias da profissão, sabe lidar de forma sensata e experiente com os casos e mesmo deixando-se acostumar-se a isso apresentando indiferença em alguns momentos, lá no fundo ainda sente-se tocado pelas vidas que estão em suas mãos. Com a chegada da juíza Park, ele percebe que ainda há muito a ser feito como juiz, bem como, o tanto que precisa moldá-la para que ela encontre seu próprio caminho profissional. Um homem sábio, admirável pai de família e um juiz humilde capaz de transmitir conhecimento para aqueles que seguiriam tal vida e mesmo trabalhando como juiz há tantos anos, ele sabia que não era o expert na profissão, ainda precisava aprender e crescer como profissional e ser humano.
Lee Do Yeon (Lee Elliya) & Jung Bo Wang (Ryu Deok Hwan): Meu ship secundário!
A Do Yeon é uma escrivã no tribunal e trabalha diretamente para o Juiz Han e seus auxiliares, sempre demonstrando total eficiência no que lhe é pedido. Do Yeon foi outra presença marcante no dorama, a qual conseguiu meu total afeto. Ela era extremamente bonita e chamava atenção por onde passava, sendo o Bo Wang um dos moços que estava de olho nela. Do Yeon é uma mulher admirável! Ela provou ser muito mais do que um rostinho bonito. Uma profissional incrível, uma mulher sábia e determinada que enfrentou preconceito no local de trabalho e provou seu valor através de muito profissionalismo. Além de nos ensinar através de seu segredo que o mais importante é amarmos o que estamos fazendo. E essa mocinha aqui disse uma frase no dorama que me serviu como inspiração e lição, a qual levarei para o resto da vida. Confiram a frase no fim do post. No mais, só digo uma coisa: admirem Lee Do Yeon!
Bo Wang é um juiz auxiliar e por ser amigo do Ba Reun está sempre na sala dele, fato este que o faz encontrar-se constantemente com a Do Yeon e desenvolver um certo interesse nela. Entretanto, a fim de evitar boatos sobre como usou sua beleza para conquistar um juiz, no início a Do Yeon finge não perceber o interesse dele e tenta cortar as investidas do rapaz. Mas, gradativamente, ela percebe quão precioso é o Bo Wang e como ele continua tentando mostrar para ela que é merecedor de ao menos uma chance, ela decide ceder. Ain gente, Bo Wang era tão carismático e gentil que me conquistou por completo. *-*
Gostei muito da forma como eles se aproximaram e da relação leve e madura do ship, mesmo com as dificuldades impostas ao romance pois eram colegas de trabalho que não deveriam namorar a fim de evitar boatos, críticas e represálias, eles lidaram de forma profissional e adulta com tudo, provando que se gostavam verdadeiramente. Um casal secundário que ganhou meu coração!
- Considerações finais
Outro ponto considerável na trama são as relações interpessoais desenvolvidas, as quais me emocionaram em vários momentos. Ao decorrer dos episódios, a juíza Park começa a chamar a atenção das pessoas por estar sempre envolvida nas confusões e enquanto alguns não gostam dela, outros a admiram e aproximam-se da moça ganhando o apoio dela em momentos cruciais. Como no caso da juíza Hong Eun Ji (Cha Soo Yeon) que ganhou apoio, força e coragem da Oh Reum para denunciar os abusos que sofria. Além destas relações, em especial destaco o sismance entre Oh Reum e Do Yeon, afinal elas se tornaram verdadeiras companheiras que sabiam ensinar para nós mulheres diversas lições. Amei esse apoio mútuo que surgiu entre elas!
Ainda menciono brevemente o legal e divertido bromance entre o Ba Reun e seu amigo de escola Bo Wang, o qual foi trabalhar na mesma área que ele. A partir das experiências compartilhadas no tribunal, todos acabam absorvendo os ensinamentos e mudando de alguma forma.
Um exemplo que comprova isso é a forma como a inicial juíza Oh Reum muda gradativamente seu parceiro de sala e juiz auxiliar Ba Reun, fazendo-o se envolver mais diretamente nos casos ao ponto dele demonstrar mais empatia para com o próximo. Em contrapartida, Ba Reun ensina a Oh Reum que ela deve se portar mais como uma verdadeira juíza, não pode e nem deve demonstrar-se tão a favor ou contra os réus pois o papel dela não é tomar partido de antemão e sim esclarecer os fatos e assumir uma posição. Eles acabam se tornando um equilíbrio necessário para os casos julgados, uma juíza emotiva que sabe compreender a dor das vítimas e um juiz centrado que sabe julgar racionalmente com base nos fatos apresentados.
A verdade é que Ba Reun e Oh Reum já se conheciam, mas não se viam há muito tempo. Entretanto, ele jamais a esqueceu e trabalhar ao lado dela o faz reviver seus antigos sentimentos. À medida que os dois se aproximam naturalmente por estarem trabalhando juntos se torna impossível não torcer para que Ba Reun alcance o coração dela. Como o romance não é o foco, não esperem ver um desenvolvimento bem explorado do tipo que te fará vomitar arco-íris em todos os episódios, entretanto vale considerar que o ship principal se concretiza de uma maneira significativa e condizente com o enredo. Além de que, a química entre a Ah Ra e o L era bem legal, então vale a pena shippar!
Essa relação entre os protas se tornou um dos pontos altos do dorama pois os dois amadurecem significativamente e ao lado do Juiz Principal Han compartilham momentos emocionantes, tais quais retratam perfeitamente os dilemas dos juízes. Fiquei encantada pela forma como o enredo trabalhou a relação entre os três. O juiz Han possuía anos de experiência e estava acostumado a aceitar algumas situações, mas a chegada da Oh Reum o faz perceber que não deveria ter deixado aquilo se tornar rotina porque o peso de sua profissão ainda continuava presente e não poderia ser negligenciada. Ao mesmo tempo, o experiente juiz Han ensinava aos seus juízes auxiliares Ba Reun e Oh Reum como se deve julgar um caso e as pessoas envolvidas neles, a responsabilidade em ser um autor de sentenças e quão minucioso deve ser esse trabalho de apurar os fatos. Além de mostrar que mesmo sendo difícil lidar com os acertos e erros porque nada é tão completamente certo, ainda assim se precisa continuar seguindo em frente.
- Final: Satisfatório. (Esse tópico tem uns spoilers, nada detalhado então considero que podem ler sem problemas, para os mais anti-spoilers é melhor pular para o último item do post)
Gostei da forma como os episódios finais trouxeram um último caso polêmico e divisor de opiniões, apresentando a abordagem de um júri popular na Coreia do Sul e suas relevâncias como método de julgamento. Além disso, podemos conferir a juíza Park reflorescendo, ela que duvidou tanto de algumas das suas escolhas e ações sente-se desanimada, as dificuldades aparecerem e ela pensa em jogar tudo pro alto, mas seus companheiros de tribunal lhe mostram que a mesma ainda poderia continuar seguindo em frente. Por sinal, amei a forma como vemos a maioria dos personagens demonstrando o quanto mudaram graças às ações da Oh Reum, todos criam coragem para se impôr às injustiças e defendem o que julgam correto, algo que a prota fez durante todos os demais episódios.
Um certo acontecimento me deixou um pouco triste, mas entendi o significado dele, era como uma representação de que uma nova geração de juízes estava pronta para continuar o legado desta profissão equilibrando razão e emoção. E tal personagem tinha cumprido seu papel, ele estava satisfeito e queria fazer algo novo deixando nas mãos de seus excelentes pupilos o futuro do poder judiciário. Por fim, temos fins justos e os ships ficam juntos e mesmo não tendo Aquele beijão, gostei muito da cena. Gente, por favor, para ser uma cena importante não precisa ter beijaço né. Enfim, o desfecho é satisfatório SIM.
- Conclusão & OST
Concluo que Miss Hammurabi é um dorama imperdível para fãs de tramas que se situam na área jurídica, possui casos reais e temas que precisam ser explorados e discutidos na teledramaturgia. Um verdadeiro pisão na sociedade coreana e em outras que se julgam perfeitas, temos aqui um retrato do mundo como ele é contado a partir do ponto de vista de um profissional que lidou com as mais adversas situações, um juiz. Um dorama cheio de ensinamentos que nos faz despertar nossa empatia pela dor e sofrimento do outro. Comentem o que acharam desse pisão em forma de dorama, abaixo deixo a frase que mais me marcou e minhas faixas OST preferidas.
- Por que Miss Hammurabi é tão original e verdadeiro?
Mesmo lendo tantos comentários sobre o título, quem realmente me convenceu a vê-lo foi a minha amiga e dorameira Ana (obrigada, @adorameira! <3) após suas panfletagens que me despertaram total interesse. Em poucos episódios percebi o motivo dela e várias outras dorameiras se tornarem verdadeiras defensoras deste dorama, afinal ele era realmente um banho de realidade. Eu não sabia, mas a Sabrina do Dramas Revise me contou que a história foi escrita por um juiz, ou seja, ninguém melhor para falar sobre as problemáticas da profissão do que um profissional da área né?! A trama aborda de modo completamente realista temas como machismo, abuso de poder, corrupção, assédio sexual, violência doméstica, cultura de estupro, uso de drogas e muitos outros, temas estes presentes atualmente não apenas na sociedade coreana, mas em todas de modo geral. Através dos casos apresentados e personagens destes percebemos diversos tipos de dificuldades enfrentadas por pessoas comuns, pessoas que poderiam ser eu ou você, seres humanos com seus problemas, medos e angústias.
Claro que alguns casos me envolveram mais do que outros, porém mesmo os que não me marcaram tanto, ainda assim de alguma forma, eles mexeram com meu emocional. Falando detalhadamente gostaria de deixar meus apontamentos sobre algumas situações que realmente me marcaram. Uma delas foi a discussão tão significativa e crua sobre a forma como as mulheres são vistas nos locais de trabalho, como uma roupa não pode e nem deve ser motivo de um homem se achar no direito de cometer qualquer tipo de abuso seja ele verbal ou físico. O retrato tão real e doloroso que mostrou como os menos favorecidos perdem para os poderosos nas mais diversas situações. A corrupção que começa com pequenas ações e se torna costumeira, afinal quem tem poder se sente no direito de pedir privilégios.
Além de tudo isso, um dos pontos que mais me tocou foi o desenvolvimento sobre a profissão juiz. Mostrando que um juiz precisa ser contido, vigiar suas expressões faciais e o modo como se comporta durante um julgamento, ele deve respeitar as leis e tentar ao máximo ser racional e não emocional. Bem como, enfrenta dilemas que testam a paciência e capacidade de julgamento quando determinado caso é cruel da forma mais inimaginável possível. Nada é preto no branco. E os juízes da trama mostraram isso. Ser juiz é ter consciência do peso de sua decisão na vida do acusado, ampliar a visão e conhecer o caso de todos os ângulos possíveis pois o fato dele ser réu não o faz automaticamente merecedor da pior sentença. Miss Hammurabi apresenta inúmeras situações que despertam no telespectador um conflito interno e empatia pelo próximo, o faz se colocar no lugar de seus personagens, sejam eles pessoas envolvidas nos casos ou os protagonistas que estão os julgando. Assistir esse dorama me fez amadurecer junto com esse pessoal e ganhar verdadeiras lições para a vida.
- Personagens
Park Cha Oh Reum (Go Ah Ra): A prota feminista!
A mulher que chegou com ideias tão fixadas na mente, aprendeu gradativamente a se conter, a enxergar mais do que os olhos poderiam ver, aprendeu que ser uma juíza trazia consigo o peso dos veredictos, os quais definiam vidas e tais decisões não deveriam ser tomadas de forma leviana. A personagem amadurece significativamente durante o drama, a partir de suas experiências aprendemos com ela que cada dia é uma aprendizagem e que tais lições devem ser guardadas em nós de forma a nos tornarem profissionais e pessoas melhores. Uma protagonista memorável que me fez admirá-la em muitos momentos, a qual enfrentou uma verdadeira jornada de amadurecimento pessoal e profissional, e acompanhar isto foi emocionante. E de todos os trabalhos da Go Ah Ra considero esta a personagem que lhe caiu como uma luva, ela estava perfeita como juíza Park. Se quiserem conferir a moça em outros títulos recomendo Hwarang -
Im Ba Reun (L - INFINITE): "Nem quero me envolver! Só faço o meu trabalho."
Ba Reun começa a demonstrar o tipo de pessoa que é aos poucos, um jovem comum que escolheu ser juiz por seus próprios motivos e não aceita uma certa situação familiar. Ele não entende porque seu pai age tanto em prol dos outros mesmo quando isso o prejudica e uma surpresa da vida coloca justamente uma pessoa assim ao seu lado. O juiz Ba Reun foi outro que cresceu significativamente na trama, aprendendo a lidar com suas próprias emoções e permitindo-se demonstrá-las, afinal ser humano é isso, permitir-se sentir e mostrar o que quer que esteja sentindo. Amei a forma como o inicial chatinho centrado em trabalho, individualista e racional juiz aprendeu a permitir-se sentir empatia, companheirismo e até mesmo amor, deixando sua solidão escondida para trás. L foi perfeito atuando, gente!
Juiz Han Se Sang (Sung Dong Il): "Um juiz deve ser..."
O juiz Han Se Sang é uma das grandes figuras do enredo. Um homem com anooos de experiência profissional e que mesmo possuindo tanto para ensinar aos seus pupilos, tem também muito a aprender com eles. Se Sang atingira uma posição na qual já conhece os dilemas e angústias da profissão, sabe lidar de forma sensata e experiente com os casos e mesmo deixando-se acostumar-se a isso apresentando indiferença em alguns momentos, lá no fundo ainda sente-se tocado pelas vidas que estão em suas mãos. Com a chegada da juíza Park, ele percebe que ainda há muito a ser feito como juiz, bem como, o tanto que precisa moldá-la para que ela encontre seu próprio caminho profissional. Um homem sábio, admirável pai de família e um juiz humilde capaz de transmitir conhecimento para aqueles que seguiriam tal vida e mesmo trabalhando como juiz há tantos anos, ele sabia que não era o expert na profissão, ainda precisava aprender e crescer como profissional e ser humano.
Lee Do Yeon (Lee Elliya) & Jung Bo Wang (Ryu Deok Hwan): Meu ship secundário!
Bo Wang é um juiz auxiliar e por ser amigo do Ba Reun está sempre na sala dele, fato este que o faz encontrar-se constantemente com a Do Yeon e desenvolver um certo interesse nela. Entretanto, a fim de evitar boatos sobre como usou sua beleza para conquistar um juiz, no início a Do Yeon finge não perceber o interesse dele e tenta cortar as investidas do rapaz. Mas, gradativamente, ela percebe quão precioso é o Bo Wang e como ele continua tentando mostrar para ela que é merecedor de ao menos uma chance, ela decide ceder. Ain gente, Bo Wang era tão carismático e gentil que me conquistou por completo. *-*
Gostei muito da forma como eles se aproximaram e da relação leve e madura do ship, mesmo com as dificuldades impostas ao romance pois eram colegas de trabalho que não deveriam namorar a fim de evitar boatos, críticas e represálias, eles lidaram de forma profissional e adulta com tudo, provando que se gostavam verdadeiramente. Um casal secundário que ganhou meu coração!
- Considerações finais
Ainda menciono brevemente o legal e divertido bromance entre o Ba Reun e seu amigo de escola Bo Wang, o qual foi trabalhar na mesma área que ele. A partir das experiências compartilhadas no tribunal, todos acabam absorvendo os ensinamentos e mudando de alguma forma.
- Final: Satisfatório. (Esse tópico tem uns spoilers, nada detalhado então considero que podem ler sem problemas, para os mais anti-spoilers é melhor pular para o último item do post)
Um certo acontecimento me deixou um pouco triste, mas entendi o significado dele, era como uma representação de que uma nova geração de juízes estava pronta para continuar o legado desta profissão equilibrando razão e emoção. E tal personagem tinha cumprido seu papel, ele estava satisfeito e queria fazer algo novo deixando nas mãos de seus excelentes pupilos o futuro do poder judiciário. Por fim, temos fins justos e os ships ficam juntos e mesmo não tendo Aquele beijão, gostei muito da cena. Gente, por favor, para ser uma cena importante não precisa ter beijaço né. Enfim, o desfecho é satisfatório SIM.
- Conclusão & OST
Concluo que Miss Hammurabi é um dorama imperdível para fãs de tramas que se situam na área jurídica, possui casos reais e temas que precisam ser explorados e discutidos na teledramaturgia. Um verdadeiro pisão na sociedade coreana e em outras que se julgam perfeitas, temos aqui um retrato do mundo como ele é contado a partir do ponto de vista de um profissional que lidou com as mais adversas situações, um juiz. Um dorama cheio de ensinamentos que nos faz despertar nossa empatia pela dor e sofrimento do outro. Comentem o que acharam desse pisão em forma de dorama, abaixo deixo a frase que mais me marcou e minhas faixas OST preferidas.
"Na vida nada é fácil. (...) Cada pessoa tem seu próprio fardo para carregar, mas todos têm esperança em seus corações. Eu quero escrever sobre essas pessoas reais. "
- Lee Do Yeon.
- Lee Do Yeon.
Someday, Somehow - U-mb5 feat Hodge
You Are the Apple of my Eye - U-mb5 feat Sam Carter
(O vídeo pode conter spoilers)
(O vídeo pode conter spoilers)
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