Itaewon Class [K-Drama]

Iniciando as primeiras resenhas de doramas de 2020 preciso comentar sobre um dos títulos que raptaram meu coração em pleno começo de ano. Itaewon Class se tornou um dorama memorável pelas questões abordadas e merece ser recomendado!

Sinopse: A classe Itaewon conta a história do ex-presidiário Park Sae Ro Yi, cuja vida virou de cabeça para baixo depois que ele é expulso da escola por dar um soco em um valentão e seu pai é morto em um acidente. Seguindo os passos de seu pai, ele abre seu bar - o restaurante DanBam em Itaewon e, junto com seu gerente e equipe, se esforça para ter sucesso.
Gênero: Drama, Amizade, Negócios

Nº de Episódios: 16
Emissora: jTBC

Ano: 2020

Onde Encontrar: Kingdom Fansubs (download/online), Netflix (online)

- Enredo: Uma história de vingança, mas muito mais que isso!

Itaewon Class acompanha a história do estudante Park Seo Ro Yi, o qual ao entrar em um novo colégio percebe que um dos estudantes, o mimado Geun Won, está praticando atos de bullying com outro colega, Ho Jin. Seo Ro Yi não concorda com as ações do estudante e fica indignado ao perceber que ninguém faz nada devido ao fato do rapaz ser filho de um poderoso empresário do ramo alimentício, a empresa Jangga. Então, Seo Ro Yi intromete-se na situação e briga com Geun Won. O pai de Geun Woo, Dae Hee, não admite o fato de seu filho ter apanhado de outro estudante e diz que quer um pedido de desculpas, o que Seo Ro Yi nega. O pai de Seo Ro Yi, Sung Yul o ensinou a acreditar em suas convicções e fazer o certo, portanto admira-se com a ação do filho mesmo perdendo o emprego pois ele era funcionário da Jangga. Por ironia do destino ou não, Geun Won causa um acidente e mata uma pessoa, infelizmente, essa pessoa era o pai de Seo Ro Yi. Seo Ro Yi perde a cabeça e agride Geun Won que conseguiu escapar da punição fazendo outra pessoa admitir o crime. Não se preocupem que nada do que mencionei é spoiler, isso tudo acontece nos primeiros episódios. Seo Ro Yi então traça seu plano de vingança e decide que conseguirá fazer Geun Won e seu pai Dae Hee pagarem por tudo que fizeram à sua família, para isso ele construirá seu próprio império empresarial e tomará o lugar da Jangga. Assim, temos uma história de um jovem que por anos dedica-se a construir e tornar sua empresa alimentícia a primeira do país de forma a roubar o lugar da Jangga. E quando digo anos, são anos mesmo porque a trama conta sua história em espaços de tempo até chegarmos a 2020. Como podem perceber, Itaewon Class é uma história de vingança, mas não se enganem porque ela torna-se muito mais que isso e para saberem porque esse enredo é tão memorável, leiam o próximo tópico.

- O que faz Itaewon Class ser tão marcante?

O foco do enredo é a vingança do Seo Ro Yi, a construção da empresa alimentícia dele a fim de roubar o lugar da Jangga e através do poder mostrar para o mundo o que aconteceu à sua família. Mas esta jornada do nosso protagonista é envolta em muitas questões que são abordadas de forma memorável no título. Além da vingança ser um ponto a ser discutido sobre o qual falarei mais adiante, ainda temos outros assuntos que merecem atenção. Dentre eles posso citar a maneira como a trama quebrou preconceitos e representou as minorias, pois há um personagem negro e uma transgênero. Em uma sociedade tão conservadora como a coreana é muito importante termos doramas que deem voz à essas pessoas através de personagens inseridos na teledramaturgia. Vale ressaltar também quão importante foi a discussão sobre ex-presidiários serem reintegrados na sociedade, além de xenofobia, homofobia, racismo e sociopatia. Concordo que alguns aspectos poderiam ter sido mais desenvolvidos, tal como a sociopatia da Yi Seo, porém de modo geral só de ter menção a assuntos tão importantes, achei válido o que foi feito. E além de expôr, criticar e dar um alerta sobre como é importante discutir esses assuntos atualmente, ainda temos um ensinamento sobre quão importante é lidarmos com nossos próprios sentimentos. Através dos personagens e da forma como eles se cruzam com o Seo Ro Yi aprendemos sobre aceitação pessoal, amizade, amor e luto. É um conjunto de situações, ações e decisões que nos fazem perceber a realidade desses personagens, humanos lidando com seus próprios dilemas que em busca de seus objetivos aprendem duramente a valorizar o que lhes é mais precioso na vida. Eu mudaria a forma como alguns pontos foram desenvolvidos? Talvez. Desenvolveria alguns outros temas de forma mais profunda? Sim. Mas, independente de como o roteirista decidiu desenvolver seus personagens tenho a certeza de que esta história me marcou e me ensinou significativamente.

- Personagens

Park Seo Ro Yi (Park Seo Joon): Um homem cheio de convicções que busca vingança.

Nosso protagonista é um rapaz cheio de convicções que não dá o braço a torcer quando está certo. Seo Ro Yi não conseguiu aguentar a injustiça com o colega de classe e desafiou o poderoso Geun Woo. Após seu pai perder o emprego é também morto em um acidente, e ele perde a cabeça de vez sendo preso por um período de tempo. Então, Seo Ro Yi traça seu plano de vingança e ao sair da prisão o inicia abrindo o bar chamado DanBam, o qual pretende expandir e assim torná-lo um conglomerado alimentício tal como a Jangga e roubando o primeiro lugar dela. E à medida que ele busca sua vingança precisa lidar com muitas outras situações que testam suas convicções da pior forma possível. O que mais admirei no Seo Ro Yi foi a sua resiliência em não se dar por vencido acreditando em suas convicções independente da situação. Ele poderia ser tachado como idealista? Sim. Até que foi um pouco mas ainda assim ele se tornou marcante por ser tão determinado.

Como ninguém é perfeito, sua determinação em prol da vingança o cegou em alguns momentos e impediu que enxergasse a situação como um todo, voltado apenas para uma direção, Seo Ro Yi não percebeu a preciosidade das outras coisas que tinha ao redor, não até quase perdê-las. Este foi um dos protas mais humanos e realistas, pois ao mesmo tempo em que não abria mão do que acreditava e continuava seguindo em frente, se perdia dentro de si mesmo, de sua tristeza. Fez parte da sua jornada aprender a lutar pelo que acreditava, por quem amava e lidar com o luto. Uma jornada emocionante que me levou às lágrimas. E PALMAS para atuação do Seo Joon porque ele me fez chorar. Confiram outros trabalhos do Seo Joon como What's Wrong with Secretary Kim, Hwarang, She Was Pretty, Kill Me, Heal Me e Witch's Romance.

Jo Yi Seo (Kim Da Mi): A sociopata que você odiará ou amará.

Jo Yi Seo é inicialmente uma estudante do ensino médio com uma inteligência acima da média que conseguiu uma legião de fãs nas redes sociais, uma digital influencer. Ao conhecer o Seo Ro Yi, fica curiosa sobre sua história e sua maneira de enxergar o mundo, pois para ela a vida é repetitiva e sem sentido. Muitos dos pensamentos da Yi Seo são resultado de sua sociopatia e muitas de suas ações, me fizeram querer entrar na tela para dar uns tabefes nela. Porém, o mais interessante é que mesmo sendo cheia de defeitos, através dos sentimentos que o Seo Ro Yi desperta nela e do convívio com as pessoas do DanBam, Yi Seo sofre mudanças. Admito que concordo com muitos telespectadores sobre o fato de que a sociopatia dela poderia ter sido melhor abordada no título, apresentada de forma mais profunda e com mais destaque.
Porém, mesmo com esse defeito não considero que tal ponto diminuiu significativamente o enredo. Outro ponto que preciso comentar é sobre o motivo da Yi Seo ter decidido se tornar alguém melhor. Muitos reclamaram dela ter decidido isto por causa do Seo Ro Yi, o que concordo em partes. Certo que ela decidiu mudar por causa dele e no começo parecia fingimento, mas por que isso deve ser tão criticado se ela mostrou que mudou? Afinal, posteriormente, ela realmente tomou atitudes que mostraram sutis mudanças. Acredito que as pessoas que conhecemos ao decorrer da vida nos influenciam de algum modo sem que percebamos isto, e a meu ver, muito da Yi Seo foi transformado a partir do momento que ela entrou em contato com o Seo Ro Yi e o pessoal do DanBam. Ninguém muda por ninguém e isso é fato. Mas alguém pode desejar mudar se algo lhe incitar a mudança. No caso da Yi Seo, o que a incitou foi o amor pelo Seo Ro Yi. Mesmo com seus defeitos, ela possuía também qualidades e uma coragem surreal para tomar decisões. Por ser uma protagonista feminina tão fora da caixinha de clichês, eu amei essa sociopata mesmo querendo estapeá-la em algumas ocasiões. Este foi o dorama de estreia da Kim Da Mi e espero logo poder vê-la em outros porque talento ela provou ter.

Oh Soo Ah (Nara): Sonsa? Megera? Mocinha?

Outra personagem que virou alvo de discussões foi a Soo Ah. Soo Ah é órfã e recebe apoio do pai do Seo Ro Yi, o Sung Yul, com o qual tem uma relação muito próxima. Após o acidente que ocasiona a morte do Sung Yul, Soo Ah recebe uma proposta do Dae Hee, o CEO da Jangga. Ela aceita receber o patrocínio dele para estudar e futuramente trabalhar na empresa. Por este motivo, muitos a enxergaram como megera, vilã, como uma traidora e duas caras, afinal ela conhecia o pai do Seo Ro Yi e a verdade por trás da morte dele, mas mesmo assim optou por trabalhar na Jangga. E assim como muitos, no começo também odiei a Soo Ah. Entretanto, à medida que a trama avançou compreendi muitos dos sentimentos dela. Ela tomou decisões difíceis a fim de proteger a si mesma, e sim, isso pode ser considerado egoísmo, mas também pode ser considerado autopreservação. Soo Ah não tinha ninguém, era sozinha no mundo e precisava de um apoio e o recebeu. Recebeu apoio do inimigo? Sim. Mas sinceramente, não acho que podemos julgá-la tão facilmente. Nem todo mundo tem concepções tão definidas e coragem para assumi-las tal como o Seo Ro Yi, ele mesmo a compreendia quando ninguém o fez. Soo Ah precisou tomar conta de si mesma e para isso, fez suas próprias escolhas. Ela errou? Sim. Mas, também acertou. À sua maneira, ela fez o que achava ser certo e isso não pode diminui-la porque ela foi apenas humana. Nem sempre é tudo tão preto no branco, e esta personagem me ensinou isso. Seus receios e dilemas foram reais e seus sentimentos também, e por tal motivo considero que ela não foi exatamente uma vilã, mas sim o retrato de uma pessoa sozinha tentando encontrar seu próprio valor e vencer na vida. Prova disso é que na reta final, ela enfim percebe que tudo alcançado, todo o sucesso profissional, não era a definição de felicidade que achou que precisava e olha só, mais realista que isso, impossível. Nara também atuou em Suspicious Partner.

Família Jangga = A desgraça dessa Terra.

Jang Dae Hee (Yoo Jae Myung) é o dono da Jangga e ao saber que seu filho matou alguém, ele decide encobrir tudo. Jang Geun Won (Ahn Bo Hyun - Her Private Life) é o filho problemático do Dae Hee e responsável por toda a desgraça da família do Sae Ro Yi. Com a família Jangga temos um retrato de como o ambiente familiar pode ser catastrófico e moldar alguém da pior maneira possível. Dae Hee nunca reconheceu seus erros e perdeu a noção de compaixão pelo próximo ao se tornar tão poderoso, consequentemente, ensinou isto ao seu filho. Estes dois vilões farão vocês passar muita raiva, acreditem.
Jang Geun Soo (Kim Dong Hee - SKY Castle) é o filho mais novo do Dae Hee e inicialmente, decide trabalhar no bar DanBam, porém muitos acontecimentos o fazer seguir outro caminho. Apesar de ter passado raiva com o Geun Soo, não desgostei dele totalmente. Ele também foi o tipo de personagem que errou e acertou constantemente, mostrando que se tornar adulto é mais difícil do que se pode imaginar porque é muito fácil perder a si mesmo durante o processo.

Família DanBam

A jornada do Sae Ro Yi envolve pessoas que se tornam grandes aliados e amigos. Dentre eles, cito o ex-presidiário Choi Seung Kwon (Ryu Kyung Soo) que percebeu a importância de não se diminuir diante da sociedade porque ela não deve ditar seu próprio valor.
O Kim Toni (Chris Lyon) que representou uma minoria que quase não tem espaço na teledramaturgia como um todo. Toni era negro e buscava seu pai coreano, para isso enfrentou preconceitos, racismo descarado, mas superou as dificuldades com a ajuda da família que ganhou, a família DanBam.

E claro, temos ela, a Ma Hyun Yi (Lee Joo Young - Weightlifting Fairy Kim Bok Joo e The Ghost Detective), a transgênero. Hyun Yi é a representatividade em pessoa e eu AMEI sua personagem. Ela provou seu valor para os outros e o mais importante, aceitou e defendeu a si mesma diante de uma sociedade preconceituosa. Perfeita SEM defeitos!

Vale mencionar a incrível Diretora Kang Min Jung (Kim Hye Eun), Lee Ho Jin (Lee David) e Oh Byung Hun (Yoon Gyung Ho) e claro, o pai do Seo Ro Yi, o ahjussi Park Sung Yul (Son Hyun Joo) que formam um grupo de personagens necessários para o desenrolar da trama.

- Romance? Vamos esclarecer uma coisa aqui...

Antes de tudo, preciso deixar claro que Itaewon Class não tem como destaque o romance. O romance tem sim seu desenvolvimento e significado, mas a história é muito mais que isso, então dorameiras shippers não esperem dezesseis episódios de puro amor, skinships e beijões. Temos sim uma dose de amor, mas tal como outros pontos do enredo é apenas um ponto e não o tópico principal.

No começo, temos o desenvolvimento da relação da Soo Ah e Seo Ro Yi que se conhecem através do pai dele. Logo, Seo Ro Yi apaixona-se pela Soo Ah e percebemos que esse sentimento de primeiro amor sempre fará parte dele. Após o acontecimento com o pai dele, Seo Ro Yi passa um tempo preso e Soo Ah é patrocinada pela Jangga. Eles se reencontram algumas vezes e Seo Ro Yi não a culpa pelas escolhas dela, pelo contrário, ele as respeita. À medida que o plano de vingança dele entra em jogo, Seo Ro Yi insiste que derrubará a Jangga e fará a Soo Ah pedir permissão. Esta é a forma dele de fazer o melhor para ela, o melhor para a pessoa que gosta e consequentemente, de certo modo, Soo Ah começa a depender disso.

Mas, com a chegada da Yi Seo que está sempre demonstrando seu amor pelo Chefe Seo Ro Yi, forma-se uma triângulo amoroso inesperado e interessante. Concordo, em partes, com as pessoas que acharam incômodo o fato das grandes mulheres da trama se disporem a lutar por um homem. Entretanto, acho que o triângulo amoroso em si foi um adicional que resultou em bons desdobramentos, então não se tornou algo que achei totalmente desnecessário. 

A relação entre Seo Ro Yi e Soo Ah em contraste com a existente entre ele e a Yi Seo foi algo muito significativo. Enquanto que a Soo Ah depositava suas projeções no que o Seo Ro Yi faria porque ela possuía receio de arriscar, Yi Seo mantinha-se ao lado dele disposta a arriscar tudo. As duas gostavam dele e de formas diferentes continuavam ao seu lado, mas em algum momento as ações de cada uma iriam pesar sobre o Seo Ro Yi e fazê-lo perceber quem ele realmente amava. E gente, gratidão não é o mesmo que amor, eu sei, MAS ser grato a quem se ama faz parte, ainda mais quando alguém mudou completamente sua vida desde o dia em que chegou. Gostei muito do triângulo amoroso em si,  do realismo presente nele, das complicadas emoções de cada personagem, e principalmente da conclusão do mesmo.

- Participação Especial ~OMG!

Uma participação mais que especial é a do Park Bo Gum (Encounter, Hello Monster). Quem não teve fangirl quando esse rostinho apareceu em cena com certeza, não estava em seu estado mental perfeito. Olha, não reclamaria de um episódio especial com Bo Gum sorrindo e protagonizando um romance com certa personagem... Lindo!

- Final: Cenas emocionantes. AMEI!

Se o enredo em si tinha como tema principal a vingança do Seo Ro Yi, então era de se esperar que ele conseguisse alcançar tal feito nos episódios finais. E de maneira surpreendente, ele percebeu o que realmente significava sua vingança contra a Jangga, comovendo a todos nós com suas ações finais. Todos os acontecimentos dos dois últimos episódios foram uma avalanche de emoções. Foi impossível não se emocionar com o Sae Ro Yi lidando com suas próprias emoções e enfim, despedindo-se do peso existente dentro de si. Para nos fazer derramar ainda mais lágrimas há um conjunto de eventos que nos fazem perceber quão precioso é ter alguém que amamos ao nosso lado. Ter um amigo, uma paixão, um amado (a), alguém para compartilhar a vida é o mais precioso de tudo. Se eu chorei? Claro! Mas, valeu cada lágrima de tristeza e felicidade. Valeu cada aprendizagem. Valeu cada bebida amarga e enfim, valeu a bebida doce. Um fim sem defeitos. E o que dizer da concretização do ship?! Simplesmente, AMEI!

- Conclusão&OST

Itaewon Class foi uma história de vingança que mostrou quão ambíguo é esse sentimento, quão cego ele pode deixar alguém e acima de tudo, provou a necessidade de abrir os olhos e superar nossos ressentimentos e dores. É um enredo com personagens humanos que erram, acertam, erram de novo e nos mostram como ser ou não ser ao conviver com alguém. Uma história que quebrou preconceitos, mostrou com maestria a complexidade do ser humano e suas emoções, e acima de tudo deixou uma lição inesquecível sobre a preciosidade de termos pessoas que amamos ao nosso lado. Abaixo deixo minhas canções preferidas da trilha sonora que é tão perfeita quanto o enredo em si e deixo um desejo sincero de que ao fim do dia, suas bebidas sempre tenham um gosto doce. Encerro essa resenha com algo que me confortou enquanto assistia a Itaewon Class e espero que conforte vocês também.

"Eu sou uma rocha. Podem me ferir. (...)

Podem me surrar.

Eu sou a rocha mais sólida.

Podem me deixar no escuro.

Eu sou uma rocha com luz própria.

Não quebro, não viro cinzas e não viro pó porque eu desafio a natureza.

Eu sou um diamante."

Start - Gaho ~HINOO!
(Os vídeos abaixo podem conter spoilers)

Still Fighting It - Lee Chan Sol

Someday, The Boy - Kim Feel

You Make Me Back - The Rose

Sweet Night - V (BTS)